Conversando com um colega de trabalho há algumas semanas, entramos no assunto de moda, como eu gosto de me vestir e como a vestimenta para ele é importante apenas em um lugar específico do convívio social dele. Meu colega é seguidor da igreja evangélica, e ele passou a me explicar a importância da indumentária naquele ambiente, não somente por conta de um dress code imposto, mas principalmente por ser um sinal de respeito, à religião, a Deus e aos irmãos de culto. Para ele o ato de vestir-se bem e de se apresentar da melhor forma possível aos domingos para ir à igreja é uma espécie de ritual em si. Em inglês temos até um termo para isso: “Sunday Best”, ou o melhor do domingo, que significa vestir-se em suas melhores roupas aos domingos.
Passei a contar para ele como é a minha relação com as roupas, com a moda. Como eu não sigo nenhuma religião, não tenho esse costume, mas o lugar onde mais busco respeito e reconhecimento é em meu trabalho. É quando estou trabalhando que busco estar o mais bem-vestido possível, em respeito não somente ao meu ofício, mas ao ambiente em que estou e aos meus clientes. Como minha professora de filosofia nos disse em aula certa vez: o modo como nos vestimos é também um sinal de respeito ao outro.
A nossa relação com as roupas, com a vestimenta, com a indumentária é tão intrínseca a nós que muitas vezes a mecanizamos, como fazemos com tudo, por questões de praticidade. Mas há uma coisa que é comum entre todos os seres humanos: o vestir. Todos nos vestimos em algum ponto, momento ou ocasião. Seja para adorar a um deus, respeito ao trabalho e à religião, ou mais, em sinal de respeito e asseio a nós mesmos. Vestir-se, sim, e vestir-se bem é o grande desafio. Para isso é preciso conhecer-se a si mesmo, conhecer suas formas e proporções, o que funciona e não funciona. Entender o que cada roupa representa em cada ambiente e trabalhar em cima disso. Todos estamos nos vestindo, por quê não tornar isso divertido?