Olá, se você não me conhece pessoalmente (vamos marcar um chá?) me chamo Lucas Almeida, tenho 30 anos e tenho uma mente muito ativa, como a maioria de nós deve ter. O meu problema é que eu gosto de organizar pensamentos e… bom, tudo ao meu redor. Mas vamos nos ater aos pensamentos. Fui uma criança repleta de medos e ansiedades, deveres e afazeres, sonhos e esperanças, muitos deles criados por mim, outros criados por outrem, outros ainda sigo na descoberta de onde vieram.
Tudo começou a se encaixar na minha vida quando amigos próximos começaram a fazer seus temidos 30 anos de idade. Trinta anos! Uau! Quanta coisa vivida, não é mesmo? Na verdade, não. O que significa ter trinta anos mudou ao longo dos anos, antigamente pensava-se que um homem bem-sucedido de trinta anos já teria sua casa própria (quitada!), um emprego estável em uma boa empresa, muito dinheiro na conta bancária e uma esposa troféu. Acontece que tudo mudou nos últimos anos. Trinta anos não é mais garantia de nada. O sonho popular do brasileiro de ter uma casa própria tornou-se inviável por inúmeros motivos, o emprego estável deixou de ser um sonho porque, afinal, quem quer passar 25 anos na mesma empresa? A nossa moeda nunca foi tão desvalorizada internacionalmente com trocas de governo duvidosas que tivemos e a esposa troféu… bom, descobriu que consegue ser uma mulher independente. Tudo parece tão difícil e inalcançável. E nem sempre foi assim.
As pessoas até pareciam mais velhas no passado...
O pior de tudo é pensar que deveríamos aspirar por ter essa vida “resolvida” até os 30 anos de idade, e que, quem não chegou lá, falhou. E tem muita gente “falhando” e se sentindo miserável chegando aos 30 anos porque o Sonho Brasileiro inatingível não foi alcançado. E o coloco com iniciais maiúsculas pois não deixa de ser uma versão importada do American Dream que copiamos (claro), como tudo. Foi a partir daí, lá com meus 26-27 anos que passei a me planejar para não passar pela famosa Crise dos 30. Acho que deu certo e eu venho aqui nesse blog compartilhar com vocês um pouco desse meu processo.
Basta dizer que foi, tem sido e ainda vai ser um processo de autoconhecimento sem fim. Literalmente eterno. Depois de 13 anos quase contínuos de terapia (que quero abordar em outro momento), passei os últimos anos me auto-analisando e me percebendo, percebendo como minha mente funciona, como meu corpo funciona, como lidar com eles e ferramentas para desenvolver o autocontrole. Depois de atingir praticamente todos os meus sonhos em algum nível, eu ainda estava infeliz e buscando mais e querendo mais e desejando mais, sem nem saber exatamente o que ou por quê.
Passei então a me questionar sobre tudo que eu conheço e tenho como verdade e realidade. Desde alimentação e exercícios físicos até o tipo de humor que consumo, se devo ou não usar cueca diariamente e qual a melhor forma de cortar as unhas do pé. Sério, bem aleatório mesmo, mas, ao mesmo sentido, com o propósito de entender se eu estava fazendo as coisas da melhor forma possível. E eu, não surpreendentemente, descobri que estava indo mal em muitas áreas da minha vida. Muitas mesmo. Havia virado um patinador de vida profissional, gabaritadíssimo em fazer as escolhas mais difíceis, em estar com as pessoas mais difíceis e trabalhar para lugares e pessoas difíceis. Não que eu fosse o alecrim dourado de todas as situações, mas por muitas vezes eu me via, sim, injustiçado. Até perceber que quem tem as rédeas da minha vida sou eu. E se eu estou no controle, eu tenho plena capacidade de mudar.
Mudanças, todos sabemos, não são a coisa mais fácil da vida, mas talvez sejam uma das coisas mais necessárias para levarmos uma vida próspera. Afinal, quem quer morrer exatamente como nasceu? Quem nasce perfeito o suficiente para se ter o luxo de não precisar mudar absolutamente nada de suas vidas? Isso não existe, e independe de classe social, cor de pele, orientação sexual e de gênero, altura, peso, se tem os pés achatados ou se depila as axilas. Certa vez, durante esse meu processo, um amigo me questionou: “Mas não é possível que viemos até aqui só para evoluir!”. Ué, se não é por isso, é por quê, então? Se souberem de uma resposta melhor, qualquer coisa a gente vai se falando…
Sim, infelizmente devemos entrar em um consenso que Pokémon e Digimon (apesar de concorrentes) tinham razão: precisamos digi-evoluir, sair de nossas pokébolas e ganhar o mundo, travar batalhas e sairmos maiores delas, sejam elas internas ou externas. E, convenhamos, as piores batalhas são aquelas que travamos em nossas mentes, no silêncio da noite, quando ninguém está olhando. Por isso vim compartilhar algumas de minhas muitas batalhas dos últimos anos na esperança de que possam servir de alimento para o pensamento de vocês. O intuito é que seja leve, divertido e informativo. Vamos nessa?